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Coisa Redonda

Atualizado: 30 de out. de 2020

Autor: Robson Jucá Soares


No começo era só um ponto

Só o vazio o cerca

Surgiu uma superfície

Seguiu em frente virou reta


Dobrou três vezes no mesmo lado

Cansado estava de deslizar

Quando deu por si

Estava em forma retangular


Assustado com o seu crescimento

Parou e observou tudo o que fez

Tamanha era a sua felicidade

Que repetiu tudo outra vez


Agora não se acanhava em avançar

Confiante em tudo que fazia

Lembrou do instante em que era um ponto

Se perguntava: por que crescia?


Foram tantas as formas realizadas

Que não mais se conhecia

Sem ninguém para explicar

Chorou com saudades do ponto que fora um dia


Perdeu o rumo e a alegria

Passou a noite passou o dia

O medo o assaltou

Quis correr mas não podia


Observou então uma outra forma

Não lembrando de tê-la feito

Achou estranho o seu contorno

Não era reto porém perfeito


Aproximou-se da tal figura

Observando o seu traçado

Seguiu em paralelo tentando achar o final

A cada ponto parecia nele já ter passado


Cansado por não chegar

Decidiu não mais seguir

A superfície sumiu derrepente

E o ponto deixou de existir

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