Autor: Robson Jucá Soares
No começo era só um ponto
Só o vazio o cerca
Surgiu uma superfície
Seguiu em frente virou reta
Dobrou três vezes no mesmo lado
Cansado estava de deslizar
Quando deu por si
Estava em forma retangular
Assustado com o seu crescimento
Parou e observou tudo o que fez
Tamanha era a sua felicidade
Que repetiu tudo outra vez
Agora não se acanhava em avançar
Confiante em tudo que fazia
Lembrou do instante em que era um ponto
Se perguntava: por que crescia?
Foram tantas as formas realizadas
Que não mais se conhecia
Sem ninguém para explicar
Chorou com saudades do ponto que fora um dia
Perdeu o rumo e a alegria
Passou a noite passou o dia
O medo o assaltou
Quis correr mas não podia
Observou então uma outra forma
Não lembrando de tê-la feito
Achou estranho o seu contorno
Não era reto porém perfeito
Aproximou-se da tal figura
Observando o seu traçado
Seguiu em paralelo tentando achar o final
A cada ponto parecia nele já ter passado
Cansado por não chegar
Decidiu não mais seguir
A superfície sumiu derrepente
E o ponto deixou de existir
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